DE TUDO UM POUCO 

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Portugal 

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No tempo da ocupação da Península Ibérica pelos mouros, estes ordenaram que todas as igrejas fossem convertidas em mesquitas muçulmanas. Os cristãos de Valência quiseram pôr a salvo o corpo do mártir S. Vicente, que estava guardado numa igreja, levando-o para tal por mar para as Astúrias, então a única região cristã da península.

Como as águas estavam turbulentas, foram forçados a aproximar-se da costa. Por essa altura, perguntaram ao mestre da embarcação que terra tão bonita era aquela, ao que ele respondeu que era o Algarve. Pouco depois o barco encalhou e forçou-os a passar a noite naquele lugar.

Na manhã seguinte, quando se preparavam para retomar viagem, avistaram um navio pirata. O mestre da embarcação propôs-lhes afastar-se com o navio para evitar a abordagem dos corsários, enquanto os cristãos se escondiam na praia com a sua relíquia. Depois viria buscá-los.

O barco, no entanto, nunca mais voltou e os cristãos ficaram naquele lugar. Ali construíram um templo em memória de S. Vicente e formaram uma pequena aldeia à sua volta. Entretanto, D. Afonso Henriques entrou em guerra com os mouros do Algarve, e estes, por vingança, arrasaram a aldeia dos cristãos de S. Vicente e levaram-nos cativos.

Passados muitos anos, D. Afonso Henriques foi avisado de que existiam vários cristãos entre os prisioneiros feitos numa batalha contra os Mouros. Chamados à presença do rei, um deles, já muito velho, contou-lhe a sua história e confidenciou-lhe que tinham enterrado o corpo de S. Vicente num local secreto. Pedia ao rei que resgatasse o corpo do mártir para um local seguro.

D. Afonso Henriques resolveu viajar com o cristão a caminho de S. Vicente, mas este morreu durante a viagem. Sem saber o local exato onde estava o santo, D. Afonso Henriques aproximou-se das ruínas do antigo templo. Avistou então um bando de corvos que sobrevoavam um certo lugar. Os seus homens aí escavaram e encontraram o sepulcro de S. Vicente, escondido na rocha.

Trouxeram o corpo de S. Vicente de barco para Lisboa e durante toda a viagem foram acompanhados por dois corvos, cuja imagem ainda hoje figura nas armas de Lisboa em testemunho desta história extraordinária.

Fonte: Infopédia

LENDA DOS CORVOS DE S. VICENTE

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Lenda
do
Galo de Barcelos


Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo e apesar dos seus juramentos de inocência, ninguém acreditou que o galego se dirigisse a Santiago de Compostela, em cumprimento de uma promessa, e que fosse ferveroso devoto de Santiago, S.Paulo e Nossa Senhora. Por isso, foi condenado à forca. Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado que, nesse momento, se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa, exclamando: “É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem”. Risos e comentários não se fizeram esperar mas, pelo sim pelo não, ninguém tocou no galo. O que parecia impossível tornou-se, porém, realidade! Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Já ninguém duvidou das afirmações de inocência do condenado. O juiz correu à forca e viu, com espanto, o pobre homem de corda ao pescoço. Todavia, o nó lasso impedia o estrangulamento. Imediatamente solto foi mandado em paz. Passados alguns anos, voltou a Barcelos e fez erguer o monumento em louvor a Santiago e à Virgem.

Câmara de Barcelos

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